"Brasileiros não trabalham tanto porque vivem em um paraíso", diz presidente da Foxconn
Constante alvo de denúncias sobre violação de direitos trabalhistas, presidente da empresa deu a entender que brasileiros não rendem tanto quanto os chineses
A Foxconn está aumentando sua participação no Brasil e deve abrir cinco novas fábricas no país, sendo uma delas em uma cidade mineira. Mas, para o presidente da empresa, o taiwanês Terry Gou, os brasileiros "não trabalham tanto porque vivem em um paraíso", de acordo com o jornal Folha de S. Paulo.
Em um programa de TV com jovens de Taiwan, Gou comentou sobre as oportunidades no Brasil e disse que o país é uma "terra cheia de potencial", e fez um convite para quem quer trabalhar por aqui.
"Quem quer ir ao Brasil? Vocês podem se registrar comigo, sério, vou lhes dar meu e-mail", disse.
Por outro lado, ele fez críticas ao Brasil e a algumas exigências feitas pelo Governo Federal para a instalação das fábricas e a isenção fiscal para a produção local. "O Brasil só oferece o mercado local, de 190 milhões [de habitantes], e ainda é preciso transferir tecnologia", afirmou. Porém, ao lembrar de um encontro com Dilma Rouseff, Gou disse que ela tem interesse em "modernizar o Brasil" e quer trocar a venda de matéria-prima pela produção de semicondutores.
A Foxconn é constantemente acusada de oferecer condições de semiescravidão para seus funcionários. Em uma matéria recente de uma emissora de TV americana ABC, foi mostrado que operários das fábricas da empresa trabalham 12 horas por dia e ganham cerca de US$ 1,78 por hora. A empresa anunciou em 2011 investimentos de cerca de US$ 12 bilhões no Brasil e deve começar a fabricação de iPads nacionais.